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domingo, 3 de outubro de 2010

O Barroco e a vida como espetáculo

Amizadinha, tudo bem? Finalmente, choveu em Uberaba, lavando a atmosfera e nos permitindo respirar melhor.
Você já deve ter percebido como, nos dias atuais, é mais importante parecer do que ser, não é? Costumeiramente, atribuímos isso ao impacto dos meios de comunicação, que tornaram tudo uma esfera pública, oferecendo a qualquer um, mesmo os desprovidos de qualquer talento, oportunidade de se exibir 24 horas por dia. O nosso é um tempo com pouquíssimo espaço para o ensimesmamento e o autoconhecimento, elevando a extremos a natural característica humana de usar máscaras para impressionar positivamente os outros.
Entretanto, não é de hoje o surgimento de uma cultura do espetáculo. O que foi o período barroco, se não isso?
Para estimulá-lo a refletir sobre essa questão, proponho a fruição de algumas obras artísticas daquele período.
Na seção O belo artístico, você pode ver a obra-prima da escultura barroca, "O êxtase de Santa Teresa", do italiano Gian Lorenzo Bernini (1596-1680), considerado o mestre de sua arte naquele tempo. Observe como a santa é representada fazendo um verdadeiro espetáculo visual, nos movimentos de seu corpo e vestimentas, na expressão de seu rosto, daquilo que é puramente espiritual: sua comunhão com a divindade, tal como descrita em seus escritos místicos. Não deixe de notar também a sensacional materialidade do corpo... do anjo!
Em O poema da semana, você encontrará um texto em prosa, mas por um bom motivo: trata-se da terceira das Cartas de amor, escritas por Sóror Mariana Alcoforado, uma freira portuguesa que viveu entre 1640 e 1723 e que manteve um ardente caso de amor com um militar francês. Seduzida e abandonada, ela enviou a ele cinco cartas em que torna sua paixão e sua dor um espetáculo, por meio de uma expressão linguística sempre arrebata. Você vai chorar diante de tanto sofrimento... ou morrer de rir!
Em A imagem da semana, postei um quadro de Hyacinthe Rigaud, o Retrato de Luís XIV, de 1701. Você não acha que o Rei-Sol está vestido como um rockstar? Freddie Mercury, do Queen, não ficaria mal em tais roupas e pose...

sábado, 14 de agosto de 2010

ARTISTAS PORTUGUESES

Amizadinha, tudo azul?
Depois de uma pausa bem-vinda, neste semestre estudaremos, entre outros escritores significativos, a obra poética de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), um dos maiores nomes da Literatura Portuguesa contemporânea. Artista de muitos matizes, Sophia nos legou uma obra de rica e variada estrutura formal, explorando temas como as Navegações de Quinhentos, a resistência ao salazarismo, os deuses da mitologia grega, o mar e a infância. Seus poemas são belos, belíssimos.
Um exemplo disso pode ser conferido na seção O poema da semana, que oferece "A escrita"; nele, é citado o poeta emblemático do Romantismo, Lord Byron (1788-1824), que viveu por longo período no Palácio Mocenigo, em Veneza, que também é citado no poema; em memória disso, A imagem da semana reproduz um dos salões do Palácio.
Contemporânea de Sophia, Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) foi uma rara pintora portuguesa de renome internacional. Radicada em França, expôs em muitos museus e galerias do mundo inteiro, inclusive no Brasil, onde viveu por vários anos. Dela, em O belo artístico, pode ser visto "Estuarie bleu" (1974), que exemplifica a mescla de figurativismo e abstração que a consagrou.
Acompanhando a poesia e a pintura, vem a música, ilustrada, nos Videos sublimes, por "Haja o que houver", uma das mais belas canções dos Madredeus, ainda da época da cantora Teresa Salgueiro, cujos tom e fraseado evocam os melhores momentos da lírica portuguesa.
Mais informações sobre esses artistas podem ser vistas nos seguintes sítios:

http://www.maricell.com.br/sophiandresen/sophia_m_b_andresen.htm
http://fasvs.pt/coleccao/vieira
http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/byron.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Madredeus
http://www.madredeus.com/

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Convite à contemplação

Amizadinha, neste final de semestre, entre provas, seminários, estágios, AACCs etc., você tem encontrado tempo para cultivar o amor-próprio? Falo daqueles momentos em que o ser se volta para si mesmo, sem egoísmo, sem solidão, apenas com saudade de si mesmo e do que poderia ser se vivesse num mundo sem pressa. Claro, estou falando de contemplação. Se ela é necessária em seu mundo, deixo para você mesmo responder; apenas sugiro, nestes dias, algumas algumas rotas de fuga para dentro...
Comecemos por um Video Sublime, em que imagens belíssimas em sua sugestão se uniram à música onírica de Claude Debussy: "Rêverie".
Passemos, em seguida, em O Poema da Semana, para a poesia da natureza e da epifania que sustenta o estilo japonês do haikai, representado por uma plêidade de praticantes de todos os quadrantes, reunidos no sítio "Caixa de Haikai". Clicando nas flores, você poderá sortear o próximo e contemplar sua verdade evidente no mundo natural e no estético.
No Belo Artístico, podemos ver uma das obras-primas da pintura japonesa, "A grande onda de Kanagawa", de Hokusai, que, influenciada ela mesma pela pintura de paisagens do ocidente, notadamente a holandesa, por seu turno influenciou muitos pintores europeus do século XIX.
Na Imagem da Semana, proponho um exemplo da pintura japonesa do século XVIII, que leva longe o olhar... e a alma.
Boa viagem...