Amizadinha, nas últimas semanas, na disciplina optativa "Clássicos e modernos: a poesia de Camões e Pessoa", tenho conversado bastante com o pessoal do 7º Período sobre o retrato da mulher ideal presente na poesia camoniana, seja em Os Lusíadas, seja na Lírica. Um ponto ao qual eu sempre volto é o fato de esse modelo de mulher ser devedor daquele criado pelo poeta italiano Francesco Petrarca (1304-1374), de quem Camões é um imitador (no bom sentido, o renascentista) confesso. A musa camoniana, sem dúvida, é reflexo da musa de Petrarca, Laura, sobre quem ele escreveu por 40 anos.
Para propiciar uma reflexão sobre a pertinência desse ideal de mulher bela, sábia, ativa, piedosa, amorosa, racional, nobre de coração, modesta, numa palavra, equilibrada, proponho a fruição de algumas obras-primas do contexto humanista-renascentista, todas sob a égide de Laura.
Para começar, na seção O belo artístico, além da "Donzela", de Botticelli, que já está exposta há tempos, agora você encontrará também um retrato da própria Laura de Noves (1310-1348), que a tradição reconhece como a inspiradora do poeta. Encontrará também a "Dama do arminho", de Leonardo da Vinci (1452-1519), pintura que corresponde ao mesmo ideal.
Na Imagem da semana, há uma gravura anônima representando o esplendor modesto de Laura, em que o espiritual se harmoniza com o físico.
No Poema da semana, você poderá ler um dos mais belos sonetos de Petrarca, numerado como 192 em seu Cancioneiro.
Nos Videos sublimes, postei uma montagem com a canção "Louça fina", de Djavan, que, ao fazer uma descrição da mulher amada, parece estar falando como Petrarca. Setecentos anos depois, Laura ainda vive!
Seguidores
sábado, 1 de maio de 2010
sábado, 13 de março de 2010
Obras-primas da Idade Média
Amizadinha, neste início de semestre, estamos estudando, no 4º Período, as cantigas trovadorescas, importante realização artística da Idade Média portuguesa. Para aguçar seu apetite pelas artes medievais, que desmentem a fama de ser esse período a "Idade das Trevas", selecionei algumas peças sublimes.
Na seção O Belo Artístico, uma imagem de tirar o fôlego: os vitrais da Catedral de Sainte-Chapelle (Paris), consagrada em abril de 1248. Como me faltam palavras para defini-los, limitar-me-ei a sugerir-lhe que, assim que a página carregar, clique em cima dela, para vê-la em close-up.
No Poema da Semana, você lerá a cantiga "Ondas do mar de Vigo", de Martim Codax, autor de um dos únicos grupos de cantigas que sobreviveram até nossos dias com letra e partitura. Nos Vídeos Sublimes, essa mesma cantiga é interpretada pela bela voz da mezzo-soprano venezuelana Isabel Palacios, diretora da Camerata Caracas. Mais informações sobre essa cantora podem ser encontradas neste linque: http://www.cameratadecaracas.com/.
Informações sobre Martim Codax estão neste linque: http://www.cervantesvirtual.com/bib_autor/Codax/index.shtml; sugiro que você clique na "Fonoteca", onde poderá ouvir as sete cantigas dele que ilustram como era o aspecto musical do Trovadorismo.
Por fim, na Imagem da Semana, postei uma representação de músicos medievais.
Na seção O Belo Artístico, uma imagem de tirar o fôlego: os vitrais da Catedral de Sainte-Chapelle (Paris), consagrada em abril de 1248. Como me faltam palavras para defini-los, limitar-me-ei a sugerir-lhe que, assim que a página carregar, clique em cima dela, para vê-la em close-up.
No Poema da Semana, você lerá a cantiga "Ondas do mar de Vigo", de Martim Codax, autor de um dos únicos grupos de cantigas que sobreviveram até nossos dias com letra e partitura. Nos Vídeos Sublimes, essa mesma cantiga é interpretada pela bela voz da mezzo-soprano venezuelana Isabel Palacios, diretora da Camerata Caracas. Mais informações sobre essa cantora podem ser encontradas neste linque: http://www.cameratadecaracas.com/.
Informações sobre Martim Codax estão neste linque: http://www.cervantesvirtual.com/bib_autor/Codax/index.shtml; sugiro que você clique na "Fonoteca", onde poderá ouvir as sete cantigas dele que ilustram como era o aspecto musical do Trovadorismo.
Por fim, na Imagem da Semana, postei uma representação de músicos medievais.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
SUGERIR: EIS O SONHO...
Amizadinha, depois de resolver certas questões técnicas, estamos de volta com novas postagens.
Neste início de semestre, o VIº Período estudará o Simbolismo na Literatura Portuguesa e, por isso, enviei aos alunos um texto de Charles Baudelaire, considerado o pai dos simbolistas. Nele, o grande poeta faz referência à abertura de Lohengrin, ópera de Richard Wagner (1813-1883) estreada em 1850 e às múltiplas sensações que ela lhe sugeriu.
No Simbolismo, seja na música, na pintura ou na poesia, sugerir é o ideal que o artista deve buscar, de maneira a conseguir alcançar a comunicação entre sua alma e a de seu público.
Para estimular suas sensações nesta volta à aulas, pus à disposição, então, os seguintes acepipes:
nos "Videos sublimes", a Abertura regida por Claudio Abbado à frente da Filarmônica de Viena, em concerto realizado na Ópera Estatal de Viena, em 1990;
no "Poema da Semana", o famosíssimo soneto de Baudelaire, "Correspondências", em que ele elabora a teoria de que tudo que existe no mundo natural corresponde a realidades existentes no mundo espiritual; dessa maneira, tudo o que vemos com os olhos corporais é metáfora de algo que só a alma pode alcançar;
na "Imagem da Semana", a pintura "Lohengrin", de Henry de Groux (1866-1930) pintor e escultor simbolista belga;
no linque a seguir, um resumo do enredo da ópera, baseada na lenda medieval de Lohengrin, o Cavaleiro do Cisne:
Se você aceitar minhas sugestões, desejo-lhe bons sonhos...
Assinar:
Postagens (Atom)