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sábado, 1 de maio de 2010

A MULHER IDEAL

Amizadinha, nas últimas semanas, na disciplina optativa "Clássicos e modernos: a poesia de Camões e Pessoa", tenho conversado bastante com o pessoal do 7º Período sobre o retrato da mulher ideal presente na poesia camoniana, seja em Os Lusíadas, seja na Lírica. Um ponto ao qual eu sempre volto é o fato de esse modelo de mulher ser devedor daquele criado pelo poeta italiano Francesco Petrarca (1304-1374), de quem Camões é um imitador (no bom sentido, o renascentista) confesso. A musa camoniana, sem dúvida, é reflexo da musa de Petrarca, Laura, sobre quem ele escreveu por 40 anos.
Para propiciar uma reflexão sobre a pertinência desse ideal de mulher bela, sábia, ativa, piedosa, amorosa, racional, nobre de coração, modesta, numa palavra, equilibrada, proponho a fruição de algumas obras-primas do contexto humanista-renascentista, todas sob a égide de Laura.
Para começar, na seção O belo artístico, além da "Donzela", de Botticelli, que já está exposta há tempos, agora você encontrará também um retrato da própria Laura de Noves (1310-1348), que a tradição reconhece como a inspiradora do poeta. Encontrará também a "Dama do arminho", de Leonardo da Vinci (1452-1519), pintura que corresponde ao mesmo ideal.
Na Imagem da semana, há uma gravura anônima representando o esplendor modesto de Laura, em que o espiritual se harmoniza com o físico.
No Poema da semana, você poderá ler um dos mais belos sonetos de Petrarca, numerado como 192 em seu Cancioneiro.
Nos Videos sublimes, postei uma montagem com a canção "Louça fina", de Djavan, que, ao fazer uma descrição da mulher amada, parece estar falando como Petrarca. Setecentos anos depois, Laura ainda vive!